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A Kuntanawa: Renascimento de um povo entre rituais e resistência

História da Resiliência

Os Kuntanawa, grupo indígena da região do Alto Juruá, no Acre, enfrentaram intensa perseguição que quase levou à sua extinção durante o boom da exploração da borracha no século 19 e início do século 20. No entanto, contra todas as probabilidades, eles conseguiram preservar e reafirmar sua identidade cultural através das gerações.

Sobrevivência e reivindicação de identidade

Os descendentes dos Kuntanawa, inicialmente conhecidos como “caboclos de Milton”, têm lutado pelo reconhecimento étnico e pela demarcação de seu território dentro da Reserva Extrativista Alto Juruá. Esse esforço se deveu, em parte, à retomada de práticas culturais ancestrais, como a ayahuasca e os rituais de rapé, elementos essenciais em seu renascimento cultural.

O etnônimo Kuntanawa

O nome “Kuntanawa”, que significa “povo do coco”, reflete sua profunda conexão com a natureza e seus arredores. Esse termo evoluiu ao longo do tempo, refletindo a adaptação e resiliência da comunidade diante dos desafios externos e das mudanças internas.

Ayahuasca: Ponte para a Tradição

Desde a década de 1960, a ayahuasca tem desempenhado um papel crucial na revitalização da cultura Kuntarawa. Através desta bebida sagrada, eles redescobriram e revalorizaram antigas tradições, permitindo que as novas gerações explorassem sua herança através de viagens astrais e práticas xamânicas sob a orientação de xamãs Asháninka.

Xamanismo e Renascimento Cultural

O xamanismo Kuntanawa surgiu como um pilar na comunidade, com os jovens aprendendo a “ouvir” a natureza e expressar sua identidade por meio de pinturas corporais, cantos e conhecimentos transmitidos em rituais. A ayahuasca não apenas reforçou sua identidade étnica, mas serviu como um poderoso mecanismo de subjetivação e resistência cultural.

Desafios e Futuro

Apesar de seu renascimento cultural, os Kuntanawa continuam a enfrentar desafios na preservação de sua terra e identidade diante das pressões externas e das mudanças climáticas. No entanto, sua história é um testemunho do poder da resiliência e da importância de manter vivas as tradições ancestrais.

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