medicina indígena
O xamanismo é uma antiga tradição de cura e também um modo de vida. É uma maneira de se conectar com a natureza e toda a criação. A palavra xamã vem da tribo Tungus na Sibéria. Antropólogos cunharam este termo e o usaram para se referir a líderes espirituais e cerimoniais entre as culturas indígenas ao redor do mundo. A palavra xamanismo pode ser usada para descrever as antigas práticas espirituais dessas culturas indígenas.
O xamanismo vem da própria natureza. As práticas xamânicas aproveitam o poder que a Mãe Terra tem a oferecer e os antigos ensinamentos indígenas são derivados das simples verdades da natureza. E uma das principais forças do xamanismo é a cura e a medicina.
Xamanismo e medicina
O xamanismo não se preocupa apenas com a saúde do indivíduo, mas também com a saúde de toda a comunidade. Isso inclui todas as pessoas, plantas, animais e toda a vida. É por isso que no xamanismo existem muitos métodos de cura, e muitos desses remédios vêm de plantas.
A cultura Shipibo, que se originou ao longo do rio Ucayali, no Alto Amazonas peruano, é bem conhecida pelo xamanismo e pela medicina vegetal. Entre as culturas indígenas do Alto Amazonas peruano, os Shipibo são um dos poucos grupos culturais que conseguiram manter sua língua, arte e medicina vegetal mística. A tribo Shipibo parece ter uma relação particularmente forte com a ayahuasca e os Shipibo são considerados por muitos como os curandeiros de ayahuasca mais qualificados na Amazônia peruana.
O uso de imagens Shipibo relacionadas à ayahuasca é difundido e os padrões Shipibo ikaro são sinônimos de ayahuasca e sua prática em todo o Peru. De fato, muitos curandeiros mestiços (curandeiros de ascendência espanhola e peruana que se afastaram das tradições e identidades indígenas) ainda usam cushmas (túnicas) Shipibo em cerimônias.
Ayahuasca como remédio
A ayahuasca é uma planta medicinal amazônica que tem sido usada por séculos, possivelmente milhares de anos, por xamãs indígenas e mais recentemente mestiços da ayahuasca no alto Amazonas no Peru, Colômbia, Equador e Brasil. Existem mais de 40 outros nomes conhecidos para esta medicina sagrada, incluindo caapi, natema, mihi e yagé.
Ao contrário de todas as outras plantas medicinais sagradas, a ayahuasca é feita de duas plantas: a vagem da ayahuasca e a folha da planta chacruna. Ambas as plantas são colhidas da selva para criar uma mistura potente que oferece acesso ao reino espiritual e a um mundo energético que normalmente não podemos perceber em nosso estado comum de consciência.
As origens do uso xamânico da ayahuasca estão perdidas na história, mas existem muitas histórias diferentes entre as tribos indígenas da Amazônia sobre como eles começaram a trabalhar com esse medicamento. No contexto indígena, a ayahuasca era utilizada pelos pajés da região amazônica para fins curativos e divinatórios.
Rituais complexos envolvem a preparação e o uso da ayahuasca que foram passados de geração em geração de curandeiros. Ao realizar cerimônias de cura, eles usam a medicina como ferramenta de diagnóstico para descobrir as raízes das doenças em seus pacientes.
